Acessibilidade à habitação na União Europeia - abril de 2025
Acessibilidade à habitação na União Europeia - abril de 2025
A imagem mostra o escalão do rácio preço/rendimento na habitação dos países da União Europeia, com dados do 4º trimestre de 2024 atualizados em 8 de abril de 2025.

Portugal é o país com pior acessibilidade à habitação na Europa

O Contador, Eurostat

Portugal tem a pior relação entre o preço das casas e o rendimento familiar per capita, segundo os últimos dados do Eurostat, divulgados no dia 8 de abril. O indicador utilizado é o rácio preço/rendimento normalizado na habitação, que compara o valor atual desse rácio com o seu valor médio de longo prazo, calculado desde 2000 até aos dados mais recentes disponíveis. Um rácio de 100 pontos significa que o valor atual é igual à média de longo prazo.

A imagem ao lado, com base na última atualização do Eurostat, mostra que Portugal e o Luxemburgo são os únicos países em que o rácio preço/rendimento normalizado para a habitação ultrapassava, à data, o limite de 120 pontos. Na verdade, Portugal tinha o pior indicador, com 127,6 pontos, ficando o Luxemburgo um pouco abaixo, com 122,5.

O rácio preço/rendimento na habitação é um indicador fundamental para medir a acessibilidade à habitação porque relaciona a evolução do preço de venda com a evolução do rendimento médio familiar. Quanto mais alto o preço da habitação e mais baixo o rendimento familiar, mais difícil é o acesso à habitação. Os valores deste indicador disponibilizados pelo Eurostat divergem dos divulgados pela OCDE e noticiados pelo Contador em fevereiro devido a uma diferente metodologia de cálculo, mas as grandes tendências são as mesmas, com Portugal a apresentar os piores resultados na última atualização de dados de ambas as fontes.

 

Conceitos usados no rácio preço/rendimento na habitação

Para o cálculo do rácio preço/rendimento na habitação, concorrem o preço da habitação e o rendimento familiar.

O preço da habitação é medido pelo Índice de preços da habitação (IPH), que indica regularmente as variações de preços de todos os imóveis residenciais adquiridos pelas famílias (apartamentos, moradias isoladas, casas em banda, etc.), novos e existentes, independentemente da sua utilização final e dos seus anteriores proprietários. O IPH considera apenas os preços de mercado, excluindo habitações autoconstruídas, e inclui o preço do solo. O IPH pode ser expresso em termos nominais ou, quando deflacionado, em termos reais.

O valor do rendimento familiar remete para o conceito de rendimento disponível bruto das famílias, definido no glossário do Conselho de Finanças Públicas como o montante total de dinheiro que os agregados familiares têm disponível para gastar e poupar, depois de subtrair os impostos sobre o rendimento e as contribuições sociais.